sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Da série: As vantagens da vida bandida

O governo Lula não deixará saudades na minha vida, apesar do grande avanço econômico do nosso país. Aliás a única saudade que ele incita em mim é das aulas de história quando lembro do pão e circo. A parte isto tenho nojo quando ouço o discurso pronto e pobre do senhor governante. Oratória pobre e cheia de gracinhas pra boi dormir, ou melhor, para agradar gringo porque ele só agrada lá fora com seu marketing virulento com requintes especiais para maquiar o que acontece nos bastidores, na nossa realidade. Aqui vivemos o impacto dos desmandos do seu séqüito. No decorrer dos anos do seu mandato vi a sua preocupação com a população carente ( bolsa família, bolsa escola, fome zero, bolsa gás e blábláblá) e nem tão carente como mensalão, mensalinhos e outras cositas más. O advento Lula foi exatamente isto para mim, um advento, um surto. Um surto longo que ainda persiste por estas terras brasilis. Antes dele e após ele, exercitamos continuamente e de forma fugaz o denominado choque veloz. Brasileiro que se preza sempre leva o choque frente a tragédias. Aprendemos como ninguém a exercitar este sentimento. Afinal, a cada nova tragédia paramos em frente a um meio de comunicação, arregalamos os olhos, dizemos: -Oh, aonde vamos parar? E seguimos o trem de horror nosso de cada momento até a próxima tragédia. Enfim, entre carnavais e copas, a vida é um flash!
Desculpa a ironia, mas ela está comendo os meus ossos e apesar de ser apolítica, de repente tive urticária mental e precisei soltar o verbo (ou os demônios?)
Então vamos conversar sobre o Bolsa Auxílio Reclusão.
Não recebi o tal e-mail que falam, eu tenho informações de um jornal íntegro da minha cidade e baseado nele fui buscar maiores detalhes. A minha idéia aqui não é contar pormenores previdenciários ou não sobre a tal bolsa, mas sim levantar o debate e agregar o governo vigente com o auxílio. Ressalto que este auxílio não vem do governo Lula.
Há uma discussão acerca da concessão desse benefício tanto quanto polêmico; algumas correntes discutem se ele constitui ou não uma espécie de “prêmio” oferecido ao preso; se sua concessão não constitui um incentivo à prática de crimes e proliferação da violência. Isso se dá porque de um lado a lei penal sanciona o delinqüente, de outro, a lei previdenciária procura garantir as necessidades dos familiares desamparados em virtude da prisão. E o meu desamparo e o seu ? fazemos o que com ele?
O auxílio-reclusão é um benefício devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão, durante o período em que estiver preso sob regime fechado ou semi-aberto.
Pobre "coitado" do preso, aprendeu desde cedo o que era certo e errado na lei da selva chamada mundo e mesmo assim, caiu no crime.
Mas ele tem trabalho, contribui no INSS e mesmo cometendo desatinos como matar, roubar e desgraçar a vida do próximo (coisinha pouca, né?) e de quebra arrastar a família inteira da vítima pra sarjeta, ele tem que “sustentar” a sua, os seus rebentos. Então no meio de tantos choques veloz descubro AUXÍLIO RECLUSÃO.
Veja bem, algo em torno de R$ 560,81 a R$ 798,30/filho, conforme tabela da previdência e tempod e arrecadação. Sendo que o homem que trabalha de sol a sol e nem sabe se chegará em casa no cair da noite, pois pode topar com um desses “coitados exús sem luz” recebe míseros R$ 510,00 – salário mínimo vigente em 2010. Sentiu como o nosso país é justo? Lula é gente, meu povo! Gente como a gente!
Então eu te pergunto, caro leitor, qual é a benesse para aquela pessoa, violentada, assaltada, atemorizada ou assasssinada por aquele “coitado ” que não está nem aí pra sua vida? Afinal, você é só mais um na fila dele, o pobre coitado do bandido, e a fila dele tem que andar.
Enfim, em todas as esferas, criminalidade dá lucro!
Então, quando vamos deixar de nos questionar aonde vamos parar e nos perguntar em que mundo estamos agora? Que país fazemos parte?
Alguém se habilita a responder?

8 comentários:

Anônimo disse...

Quem foi que disse que o crime não compensa?

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Caarolina,
Procurei seu e-mail para escrever diretamente para você, mas não o encontrei.
bj

Cris Medeiros disse...

Que bom que vc além de mim, Lpzinho e outros, é mais uma divulgar esse tal auxílio reclusão... Gente! Eu não sabia disso até outro dia e muita gente a minha volta não sabia. Certamente o povão mesmo não está sabendo, exceto quem se beneficia disso ou quer se beneficiar...

Me embrulhar o estômago isso tudo!

Beijocas

Sac do Amor disse...

assunto polêmico. Te convido a relaxar um pouco e vir conhecer o nosso cantinho. O seu problema de hoje em diante é nosso! Bjs Madame X

Adriana Calábria disse...

Oi Carolina

Não vou entrar no mérito se o benefício deve ou não existir. Como Assistente Social é ético que eu me mantenha neutra na questão.

Eu li esse e-mail e ele é falacioso.

Só para tentar esclarecer:

O auxilio- reclusão é dividido entre os dependentes e não somado.

Então, se o preso tiver um ou dez dependentes, o valor será dividido em partes iguais.

O teto máximo do benefício é 798,30 e é proporcional ao valor de contribuição ao INSS.

Esse valor de 798,30 só é pago no caso de o preso ter um valor de contribuição alto, coisa que raramente acontece.

Aliás, pouquissimos são os presos que em algum tempo contribuiram com o INSS.

Bjssss

.ailton. disse...

muita calma nessa hora!

esse assunto de auxílio alimentação é tão polêmico quanto as cotas para negros nas universidades. e, sinceramente, eu nao tenho opinião formada sobre isso ainda. talvez daqui a uns dez ou vinte anos, eu tenha opinião. se as cotas ajudarem realmente a socializar a educação no Brasil, foi um tiro certeiro, se nao, ao contrário, se ajudarem a baixar o nível da educação (aumentando o acesso), foi um tiro pela culatra.

da mesma forma esse auxílio reclusão. Carol, posso te garantir: menos de 10% dos presos em regime de reclusão contribuem para o INSS. E esses 10% são justamente os únicos que conseguem sair dos presídios "reedcados para a sociedade", por que, na verdade, já entraram assim. não são marginais natos. se esse auxílio servir para sustentar a família do preso, é uma boa coisa. isso afastaria (em tese) os filhos dele do crime e drogas, por exemplo. mas se o auxílio servir como prêmio, é má coisa.

é um tema polêmico. sempre será.

mas vc sabia que os servidores públicos da União, que são, em geral, muito bem remunerados, têm o meso tipo de auxílio? sabia que eles também têm auxílio enterro (ou coisa assim)? Vc não acha isso uma injustiça? Eu acho que servidor público que for preso tem mais é que ser demitido a bem do serviço público, e não ficar ganhando auxílio reculsão.

Carolina disse...

Pessoal,
crime é crime independente de formação, contribuição e tudo o mais.
Marginal é marginal acima deo bem ou mal, a deriva da maldade estamos todos flertando diariamente, somos bichos antes de qualquer outro conceito. Agora se vamos puxar o gatilho e cair na bandidagem deixo isto pra Freud e seus companheiros tradizirem.
O que nos freia é os nossos valores, a nossa moral, a ética que nos acompanha e acrescento aqui a nossa personalidade.

O que diferencia um criminoso que contribui com INSS ou não?

Não estamos falando em trabalho, por trás desta cortina de fumaça tem algo mais grave do que contribuições previdenciárias chamada moral. E independente de ser uma pequena parte ou não da população não importa. Aqui se fala em vidas, a sua, a minha e a dos outros.
Acredito que matar, roubar e etc... não se classifica por ser trabalhador ou não. É caráter.
Como eu postei é um valor conforme tempo de contribuição sim.
E também não li o tal e-mail que todos falam, vide post.
Posso estar sendo simplista, mas dentro da minha ingênua simplicidade cabe um monte de questionamentos que torna o assunto complexo. rs

bjão e bom findi!

Nine disse...

Carol, eu li teu post no reader, ia comentar e acabou passando, agora vim ler outro post, e lembrei deste: eu também não recebi email nenhum, mas li na Zero Hora (jornal aqui do sul) a matéria sobre o auxílio, e também não consegui formar opinião, justamente por cada caso ser um caso... e justamente por, assim como no auxilio familia, muitos abusarem da ajuda, e se acharem no direito de se acomodarem e continuarem fazendo as mesmas coisas. Se são pessoas que colaboraram ou não, como tu mesma falou, crime é crime, já está dado o fato (carater) e isso não muda. E o que o Ailton falou faz sentido mesmo: se for para manter os filhos desses criminosos fora das ruas e da bandidagem, ok... mas e se for só mais uma forma dessa gente continuar gastando dinheiro público sem planejamento e escrúpulo... continuamos ferrados. Eu não sei como é na prática, mas se o auxilio vier com um apoio social e psicologico, que encaminhe esses beneficiados e oriente-os da melhor forma, pois do contrário, o que se verá é dinheiro sendo trocado por mais drogas, por bebidas, por tudo que é porcaria que já ronda a vida de alguém que se tornou marginal.
Um assunto que dá pano (dos grandes) pra manga, e sempre pode ser modificado, né... se bem que dizem que já existe a tempos, e só agora fiquei sabendo disso também.

Beijooo