Um dia parou de remar.
Entre ondas, tempestades e mar bravio ela largou os remos.
Com os braços amortecidos, com o sabor salgado nos lábios rachados, com os ombros doidos do sol e fritando os miolos percebeu que as braçadas intermináveis não a estavam levando a nenhum lugar. Flutuou. O mar batia no casco do barco como uma cantilena lamurienta. Puro reflexo do choro contido e projetado.
Ouviu o silêncio da imensidão, comungou com a solidão, sentiu o sol abraçar seu corpo e sem pensar mais racionalmente decidiu que era a hora do coração falar mais alto. Foi nesta hora, de trégua compartilhada, que entendeu que precisava dar espaço pro universo. Deixe ele conspirar de forma livre, pensava ela.
E resolveu ficar à deriva, com a vela rasgada, sem controle de navegação.
Foi neste momento que compreendeu a verdade daquela frase dita por alguém sei lá quem: “a felicidade não é para os covardes.”
sábado, 15 de junho de 2013
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Um comentário:
Aplausos daqui! LINDO!!! beijos,chica
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