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Porque as panelinhas ainda existem?
Porque as meninas permanecem desunidas?
Porque as meninas ainda fazem o joguinho da exclusão dentro do seu próprio grupo?
A culpa é da mãe!
Porque ali, no meio daquela menina tola que só quer a amiga pra ela, que tenta com velhas e desgastadas fórmulas manter suas amigas só pra si e fechar o “clubinho”, bem no fundo existe uma mãezinha mal resolvida pra cacete que projetou na filha as suas idéias mal construídas do que são relacionamentos. Dignas de pena. Provavelmente uma infeliz que não teve amigas na sua época dourada da infância e adolescência ou por que direta ou indiretamente quer que a filha engula goela abaixo a sua torta forma de enxergar as dinâmicas relacionais e inconscientemente quer ver a filha repetindo seu script fracassado. Fracassado sim, pois se pesquisarmos um pouquinho descobriremos que em volta desta pobre mãezinha provavelmente não exista um círculo de amizades. Pelo menos se tivesse, ela deixaria de alugar a fofa da filha, deixava ela respirar por conta própria e não ficaria tentando reviver a sua pobre vida naquela que tem um mundo rico de descobertas pela frente.
Percebo que isto é repassado quase por osmose pelas mães frustradas, que uma vez fizeram este joguinho e acham até hoje que o mundo funciona desta forma. Talvez venha daí esta necessidade de sair fomentando a rivalidade e a discórdia, alimentando a segregação, quando o que deviam fazer é incentivar as meninas a agregarem cada vez mais amigas(os) nos seus grupos. Somando que se divide de forma justa. Porque, garotas, sempre há espaço para novas amizades, novas idéias, novas cabeças pensantes. É saudável incluir novas pessoas no seu rol de amizade. Conhecer pessoas é tudo de bom!
Estou sendo radical? Sim, talvez. A minha experiência diante de algumas ações que observo no dia a dia explica a idéia que formei. Claro que vou elucidar aqui somente um tipo de garota, sua mãe e seus resultados. Poderia discorrer de outras situações que a mãe não é a codjuvante (ou atriz principal?). Isto é só um tipo de garota que produz desunião entre seu grupo. Há outras viventes e suas formas doentes e suas causas e efeitos, mas hoje quero falar especificamente desta garota. Parece simples demais esta teoria? Sim, mas tenho visto muito disto.
Quanto mais observo as meninas, mais reforço esta opinião. Gosto de manter um olhar isento, distanciado e tentar entender por onde se nutre esta tradição tão miserável que passa de geração em geração,como água que quando cai do vaso, ocupa todos os buracos.
O que me consola é que esta mesma menina, que tem todas as oportunidades de crescimento, muitas vezes enxerga além do círculo vicioso que sua querida mãezinha teima em alimentar e consegue quebrar este padrão, romper a ditadura maternal, cortar o cordão umbilical e criar um novo padrão, uma nova postura diante da vida. Claro que isto requer personalidade e lucidez. É possível sim quebrar velhas regras!
Ou lamentavelmente a vida vai sapatear com ela, e com dor e sem amor, enxergará em algum momento o que lhe aconteceu. Porque é fato, esta mesma garota que segrega será segregada. As pessoas do próprio grupo cansam e cospem de alguma forma ela, cedo ou tarde. Ou na pior das hipóteses, seguirá com este script doentio e solitária, ingenuamente ou não, sem perceber. Como sua mãe provavelmente faz.