terça-feira, 28 de julho de 2009

Da série Amigos são tudo o que há de bom

Amanhã temos bate papo lá no Basco Loco.
Eu e elas, que não nos vemos sempre, porque a correria não permite e talvez porque nesta matemática lógica se encontre o fôlego necessário para que a amizade cresça. Porque tudo que é demais enjoa, carece e fenece.
Na certeza de uma relação sólida se reafirma o conceito que não é preciso o exercício diário para que o que está ali permaneça certo, forte e indestrutível.
A lealdade de uma boa amizade.

terça-feira, 21 de julho de 2009

O que é do homem, o bicho não come. Já diz o ditado.

Para aquecer o coração e alegrar a alma.
Saiu na ZH de hoje e não resisti. Então para aqueles que não leram, lá vai:

"Reencontrada, carta resgata uma paixão
Britânico e espanhola se casam depois que uma correspondência enviada há 10 anos é descoberta

Um pequeno azar, daqueles que podem acontecer com qualquer um, fez com que os dois perdessem 10 anos de vida em comum. Mas, felizmente, a paixão entre o britânico Steve Smith e a espanhola Carmen Ruiz Pérez teve um final feliz, graças a uma carta finalmente encontrada e lida pela pessoa a quem era dirigida. Eles se casaram na última sexta-feira.

Smith e Carmen se conheceram em 1992, quando ambos tinham 25 anos. Na época, Carmen estava no condado de Devon, sudoeste da Inglaterra, para estudar inglês, como parte de um programa de intercâmbio. Eles se apaixonaram e viveram um ano juntos, até que a espanhola se mudou para a capital francesa, Paris, para trabalhar em uma loja. Os dois acabaram perdendo contato, em parte porque telefones celulares ainda não eram tão populares na época.

Seis anos depois, Smith tentou retomar a relação. Como não sabia onde a amada morava, enviou uma carta endereçada a Carmen para a casa da mãe dela, na Espanha. Conforme a imprensa britânica, que revelou o caso ontem, quando a correspondência chegou, a mãe de Carmen a colocou na parte de cima da lareira. A carta acabou caindo em um canto – e só foi reencontrada 10 anos depois, quando a família fez uma reforma na residência.

A mensagem de Smith dizia: “Espero que você esteja bem. Escrevo só para perguntar se você se casou e se ainda pensa em mim. Seria maravilhoso saber de você. Por favor, entre em contato, se possível”. O britânico, que depois de algum tempo deixou de esperar uma resposta, disse que foi econômico nas palavras porque achava que Carmen havia se casado. Quando a carta finalmente chegou às mãos da espanhola, que continuava solteira aos 42 anos, ela ligou para o telefone que Smith escrevera.

– Quase não liguei. Pegava o telefone e o colocava no gancho. Mas sabia que tinha que dar esse telefonema – contou ela.

Dias depois, os dois se reencontraram em Paris e descobriram que continuavam apaixonados. O britânico descreveu o reencontro:

– Foi como em um filme. Corremos pelo aeroporto até nos abraçarmos. Voltamos a nos ver e nos apaixonamos totalmente outra vez. Trinta segundos depois de nos vermos, já estávamos nos beijando.

O final feliz dessa história de amor foi escrito no último dia 17, quando os dois se casaram na cidade de Brix- ham, onde haviam se conhecido 17 anos antes.

– Nunca tinha me casado. Agora, casei com o homem que sempre amei – declarou a noiva.

Londres"

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ilusão da recuperação


Um amigo ligou, aliviado, contando que finalmente deu um basta naquilo que já era, seu casamento.
Casou cedo, construiu uma carreira sólida, estava de bem com ele e seus feitos pessoais e profissionais, mas não com aquela pessoa que resolveu, muito cedo, viver.
Então depois de várias fases, na gangorra, finito.
Feliz e faceiro me disse que, apesar de nenhum arrependimento de sua vida a dois, queria muito recuperar o tempo perdido. Recuperar o que não fez entre os seus 20 aos trinta e poucos.
Fiquei ouvindo toda aquela euforia que por alguns momentos me pareceu meio placebo, pensei indecisa se falava, para não bancar a amiga-ducha-fria, mas amigo que é amigo tem, algumas vezes, de estender a mão e puxar o outro pra terra.
“- X, impossível recuperar o tempo perdido. Isto não existe! Quem sabe você parte do que tem e faz uma nova história, um novo capítulo?”
Não preciso dizer que daí pra madrugada tecemos vários discursos na nossa terapia de amigos.
Acredito nisto que falei e a liberdade na nossa relação me deu chance de dizer isto pra ele.
Na ânsia de viver tudo aqui e agora, o deslumbramento com as novas descobertas e possibilidades nos faz achar que o novo é novo, mas na real é somente o cotidiano com nova roupagem. Passados dois, três meses de muitas baladas e pegação tudo volta às mesmas porque as pessoas são previsíveis em certos aspectos.
A euforia é uma droga forte na passagem entre casadinho e solteiríssimo. Só que o barato como qualquer droga dura pouco.
Veja bem não estou levantando bandeira que estar casado, namorido ou namorando ( seja lá o nome que der a uma relação) é o que melhor existe no cardápio. Não! A melhor opção pra se viver a dois é quando estamos vivendo muito bem com a gente, então dá pra partir pra uma vida a dois. Partilhar a satisfação é um bem necessário. Lembrando que devemos ter alguém quando estamos bem.
Separou? Faz o enterro com o que ficou e o que foi embora seja a pessoa que construiu com você, um traste ou amor da sua vida., elabora o luto, mesmo que seja de dois dias ou um ano ( mais que isto é doença, amigo!), reza a missa de sétimo dia e aí vai viver a vida seja ela do jeito que você quiser. Só não acende vela pro defunto que periga a alma penada aparecer pra você.
A vida é sua, você paga as suas contas, o resto que se dane, benhê!
Segura a onda, a euforia e come pelas beiradas assim o risco de novas perspectivas com resultado zero, estatelado no chão, é mínimo. Lembra sempre: no desespero se faz péssimos negócios!
Sei que é difícil, com a carta de alforria em mãos, a borboleta voando no estômago e o mundo ali fora te convidando a experimentar o pecado que mora mais dentro da gente do que ao lado é tentador misturado a doses de medo e prazer.
Curte a liberdade, principalmente a liberdade de ser.
Aquela liberdade que dá vontade de sair pela estrada, nu de mão no bolso cantando laialaialaia.
Curta o seu tempo pra se achar dentro de você e quem sabe, numa quebrada dessas da vida, começar tudo de novo. A dois.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

A arte de saber levar um pé na bunda. Ou não!


É díficil terminar uma relação.
É complicado ser despejada quando se é inquilina de algum coração que você pagou certinho o aluguel, mês sim mês não, religiosamente. Mas é a vida, hoje em dia adquirir cadeira cativa no coração de alguém requer planejamento, cuidado, carinho e querer, muito querer de ambas as partes. Só amor não soma. Pode até subtrair.
Não quero dizer que é impossível viver no coração de alguém eternamente ( sem esquecer que tudo é eterno enquanto dura), mas com certeza é uma tarefa a dois.

Abençoados ou privilegiados os que se amam eternamente no mesmo ritmo.

Também não é tarefa das mais prazerosas ser o algoz, aquele que levanta a foice e ceifa o que quer que se possa chamar de relação.
Mas a vida é recheada disto e uma das coisas mais complicadas de se elaborar ainda é o luto, a perda, o rompimento e principalmente a retomada da vida sem ser no plural.
O processo de desligamento é doído para ambos os lados, requer mecanismos de defesa desde a fogueira das fotos, pois envolve hábitos, carências e lugares vazios.
Saibam que o “bandido” da relação também sofre.
Mas vou mais longe, ainda paira no ar a pergunta: o que é mais difícil, separação imposta por nós ou pela vida através da morte? Por mais que exercitamos estas perdas nunca estamos preparados quando ela chega. Ela vem de sopetão, sem pedir licença chega chegando, por maiores os sinais ali exposto.
Desde que o mundo é mundo, atire a primeira pedra quem alguma vez não foi bandido ou mocinho e que de alguma forma não sofreu com o seu papel em cena. Não existe platéia, aplausos somente o silêncio carregado do último diálogo, gesto e olhares.
E neste processo de aprendizagem ( alunos eternos que somos) tem algo que uma pessoa me disse e que se tornou libertador em vários sentidos:

“ Só porque eu te amo, você não é obrigada a me amar. Simples.”

Precisamos aprender a lidar com as várias matizes dos sentimentos.
A intensidade nem sempre será a mesma. Não entendemos (ou não aceitamos) porque gostaríamos que o João nos amasse como o amamos, que a Maria fosse nossa grande amiga como somos dela. Pode não acontecer no mesmo ritmo, no mesmo timing. É a vida girando.
Talvez entender isto nos tire um grande fardo das costas, o da responsabilidade, do laço, do nó. E então me desculpa Saint – Exupéry, mas não somos responsáveis pelo que cativamos. A responsabilidade das SUAS expectativas está com VOCÊ e com mais ninguém.
Somos responsáveis sim em termos zelo pelos outros e ponto.

Comecei este texto para falar de
CUIDE DE VOCÊ
A história real de Sophie Calle ( artista plástica) que levou um pé na bunda via e-mail de seu namorado Grégorie Bouillier ( memorialista) e resolveu fazer deste ato uma arte através da exposição “Prenez soin de vous”.
O mote da exposição fez a artista convidar 107 mulheres, famosas e anônimas, amigas ou estranhas, para analisar, interpretar e “esgotar” as mensagens contidas no texto e em seus subtextos. “É mais fácil realizar um projeto quando sofremos do que quando estamos felizes"diz Sophie. Acredito nisto quando estamos no fundo do poço a inspiração sempre é maior. Porque será?

Estes dois franceses resolveram lavar a roupa suja e quem sabe dar o último suspiro desta já mofada relação numa mesa na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) no sábado dia 04.
Será que ela realmente elaborou bem o rompimento da relação? Ou precisou soltar os demônios e expurgar o veneno? O que você acha?

Segue algumas frases do casal que um dia deve ter sido feliz junto:

Calle - "Eu não leio nunca, acho que esta foi a primeira vez." (sobre fazer a leitura em voz alta de seus textos)

Boullier -"O Grégoire do livro... sou eu. É a parte trágica e engraçada de estar aqui."

Boullier - "Não importa quem, somos personagens do romance de nossa própria existência."

Calle - "O projeto acabou se tornando mais interessante do que a história de amor. Se tivesse visto Grégoire enquanto o fazia, não teria continuado. Por isso, desapareci dentro do projeto."

Boullier - "...esse e-mail terrível, 107 vezes terrível..."

Boullier - "Me sinto privilegiado com a história [da exposição]. Não concordo com o sentido, mas me sinto privilegiado."

Calle - "Você sabe que eu sei me cuidar."

Calle - "Eu achei que a minha resposta era a adição das 107 mulheres. Eu era a artista ali. Eu as convidei e não retirei nenhuma do projeto."

Boullier - "O e-mail não é um projeto de um escritor. Um escritor não pode delegar os seus sentimentos a 107 pessoas."

Boullier - "Em 'O Convidado Surpresa' [livro de Boullier] tem uma página que anuncia o rompimento. Gostaria que ela tivesse usado essa página para a exposição. Aí sim teria sido um trabalho de escritor."

Calle - "Para mim, era a carta de um homem atrapalhado que não sabia como cair fora." [Referindo-se ao e-mail de separação]

Bouillier - "Eu queria deixar a Sophie. Mas todas as mulheres que amo eu chamo de 'vós', é a minha linguagem de apaixonado." [Em resposta a uma pergunta do público a respeito da formalidade como se referia a ela]

Calle - "E todos os homens com quem eu durmo eu também chamo de 'vós'."

Ao final da mesa de discussão, Calle relatou a última conversa dos dois antes de subir ao palco.

Boullier - "Se você se desculpar eu caso com você"

Calle - "Mas eu não me desculpei, então não tem o que discutir".

Boullier - "E ninguém disse que eu o faria [o casamento]."