domingo, 25 de setembro de 2011

Domingueira

Parque da Redenção - Foto tirada hoje do iPhone

O dia surgiu cheio de sol, céu de brigadeiro, ventinho básico em clima de primavera. Confesso que só constatei o fato lá pelas 12h, hora que empurrei o edredon de lado.
Então é nestes dias embriagados de luz que a  gauchada que anda pelos tubos de galochas, sombrinhas e vida de sapo invade os parques (quando não parte para a serra ou praia) para tirar o mofo do corpo, matear seu chimarrão e bater papo com os amigos.
E foi assim que ao acordar tarde, almocei mais tarde ainda e rumei ao parque que muito brinquei na minha infância, o Parque da Redenção onde fica o Brique da Redenção. Este na foto aí em cima.
Moro bem pertinho do Parcão, mais um espaço verde legal na cidade, mas não pensei duas vezes quando a minha filha me convidou pra comer um churros e caminhar na Redenção, num dos bairros mais alternativo de Porto Alegre, o Bom Fim.
Ao voltar pra casa me sinto energizada e aquecida depois de ser abraçada, por algumas horas, pelo Rei Sol e pela natureza.
Embora começar a segunda-feira!

domingo, 18 de setembro de 2011

A quem possa interessar

Eu ando assim, querendo me perder nestes teus olhos de mar, de céu e de convite.
Então segue a música que eu gosto muito e que traduz alguns detalhes.



Tradução:
É um pouco engraçado Esse sentimento aqui dentro
Eu não sou um daquelas que facilmente conseguem esconder
Eu não tenho muito dinheiro, mas garoto, se eu tivesse
Eu compraria uma casa grande onde nós dois poderíamos viver


Então me desculpe por esquecer mas eu faço esse tipo de coisa
Você vê, eu esqueci se elas são verdes ou azuis
De qualquer forma, isso é o que eu realmente quero dizer
Seus olhos são os mais doces que eu já vi

E você pode dizer a todos que esta é sua canção
Pode ser bastante simples, mas agora que está feito
Eu espero que você não se importe
Espero que você não se importe que eu coloque em palavras
Como a vida é maravilhosa enquanto você está no mundo

Se eu fosse um escultor, mas novamente, não sou uma garota que faz poções em um show intinerante
Eu sei que não é muito mas é o melhor que eu posso fazer
Meu presente é minha canção e é só para você

E você pode dizer a todos que esta é sua canção
Pode ser bastante simples, mas agora que está feito
Eu espero que você não se importe
Espero que você não se importe que eu coloque em palavras
Como a vida é maravilhosa enquanto você está no mundo

domingo, 11 de setembro de 2011

Com ele. Voltando pra casa

Ela pulou da cama num movimento rápido. Silenciosamente enfiou o blusão grosso de lã, raspando a pele nua e delicada. Calçou as botas e foi em direção a escada. Não virou para olhar àquele que deixava emaranhado entre os lençóis.

A cada passo um pensamento: volta pra cama, segue adiante, volta pra cama, segue adiante...

A casa dormia. Todos, enroscados ou não em outro corpo, sonhavam suas intimidades e mistérios. Ouvia a respiração ritmada como canção leve. E ela sonhava acordada com o que antecipadamente previa. A expectativa e a excitação tomando conta do seu corpo. Tudo pulsava.

E assim de rompante, para aumentar a coragem, abriu as portas duplas da grande sala e deixou o vento da madrugada beijar sua face e dançar seus longos cabelos.

Lá fora o amanhecer iniciava. O vento, o frio e a neblina enfeitiçavam o seu corpo. Um chamado urgente sibilava os sons da mata logo ali. Um choro, um lamento. Um ir e um ficar, um risco e um prazer. Tudo misturado oxigenava a sua mente e seu corpo. Magia e feitiço. Sempre seria assim quando o assunto envolvia ele.

Seguiu adiante. O coração orientando o corpo, norteando a alma. Precisava seguir. Sabia que não tinha mais volta.

Adentrou o estábulo, o cheiro forte de madeira e cavalos entrando em seus poros. E com agilidade montou no cavalo amado. O bichano que era mais que um companheiro,cúmplice dos intermináveis momentos deles. Só deles. O segredo compartilhado, os gemidos ouvidos, as conversas e risadas, as trocas de olhares e de sensações ali expostas, nuas e cruas sem disfarces.

Virou em direção à mata cerrada e quanto mais galopava mais firme se sentia. Este era seu destino, o seu momento. O que, com paciência, aguardou por um longo tempo.

Enquanto seguia pela trilha e irrompia a mata o cenário foi mudando e seu estado de espírito também. Estava em seu elemento. Amava aquela parte da floresta intocada. Ali vibrava as histórias não contadas.

Apeou.

De longe ouviu o piar de uma coruja. Prenúncio de que alguém se mexia entre as folhas.A sua espera.

Ela e o cavalo esticaram o corpo em posição de alerta. Esfregou o pescoço do animal com o nariz disfarçando o nervosismo e o desejo por aquele homem que chegava. O cavalo resfolegou e sacudiu as crinas, agitado em sintonia com o que sentia sua dona. Ela ouvia o coração martelando nos ouvidos, as pernas trêmulas, um filete de suor escorria pela suas costas sentindo as próximas horas de amor. O tempo parou, na escuridão e no silêncio. Era sempre assim quando ele estava por perto. Magnetizava o ambiente. Magia e feitiço. Tensão e tesão latente no ar. Somente ouvia o que emanava daquele ser.

Ouviu o baque seco dos passos pisando as folhas em sua direção. Passos determinados. Transmitiam urgência em encurtar a distância e a saudade. Imaginou àquelas longas pernas se movimentando, lembrando como se enroscavam nas suas... O cheiro másculo cada vez mais intenso daquela carne tão familiar e desejada, maculando a sua mata intocada.
Não virou, não precisava. Sabia o que viria a seguir.

Curto circuito no corpo, arrepio antecipado. Ele puxou seus cabelos e mordeu a sua nuca, o corpo grudado nas suas costas, moldado no seu. Traduzindo naquele ato o quanto ela era bem vinda e desejada. Ela não duvidava disso e de mais nada. Tudo era certeza, nada era jogo.

Virou lentamente e sem sair do abraço, perdendo-se nele, aconchegou-se mais ainda naquele corpo sólido e grande, ciente de que era só dela. Ele pressionou mais e ela gemeu de prazer. Ficaram assim, abraçados, quietos e tranqüilos. Prontos pra seguir adiante.

Ela devagar passou os dedos entre aqueles cabelos dourados e se perdeu naqueles olhos de céu.

Não falaram, não havia necessidade. Nada precisava ser dito.

Estavam em casa.

Todos mudamos

" Fiquei muito mais consciente da fragilidade da vida humana, da importância dos relacionamentos e da necessidade de ter e cultivar amizades sólidas. Também me conscientizei da necessidade de defender a democracia. Não podemos mais acreditar que ela exista naturalmente. Ela precisa ser defendida.A liberdade política e reigiosa e as oportunidades econômicas que as pessoas desfrutam são conquistas pelas quais temos de estar dispostos a lutar. Pelo que vimos em 11 de setembro,sempre haverá gente disposta a destruir essas conquistas." Rudolph (Rudy) Giuliani, prefeito da cidade de New York, já celebrado pela suas lutas contra a violência na cidade anos antes.  

domingo, 4 de setembro de 2011

Agir ou reagir?


Contra o mau humor, o ranço e o azedume alheio só existe duas saídas: ser fisgado ou passar por cima, fazer de conta que não é com você.


Difícil tarefa? Todas as duas são.

Quando algo já não está legal dentro de você era o que faltava para sentir que grudou chiclete na cruz. Santa, me dá sossego,não força nesta hora!
Perfeito, a cereja para enfeitar o bolo do dia ruim que você está passando, assim o sangue toma conta dos seus olhos e as palavras se tornam adagas afiadas na língua chicote. Você é a personificação do ninja Sakocheio Estopim. Era tudo o que você precisava para atacar e tornar o que podia ser nada em algo tudo. Você reage, responde e ataca sem dó nem piedade. Foi, já era. Estrago feito, a sensação é de balão murcho, a energia foi descarregada, literalmente.Não se iluda, tranqüilidade não vai surgir em você, a sensação ruim não passará, vai coçar como aquela que dá na garganta, a cada cinco minutos. Arranhando, irritando e perturbando.

Agora se você está de bem com a vida, fortificado, vitaminado e amado por você mesmo ao ser atacado por alguma fera ferida, por que sim estes tipos azedos nada mais são do que animais agonizantes pedindo socorro de forma torta, então você olha placidamente pro sujeito seco de humor, dá uma risadinha de lado, sacode o cabelão e manda mentalmente ele para aquele lugar.Porque nada (e nesta hora ele é um nada mesmo!), nenhuma sombra vai nublar o seu dia de sol interno.

E por aí seguimos a trilha no esquema geral das coisas.

Podemos ser pegos de surpresa com a grossura do outro, ficarmos espantados nos tons que vão de nude, bege ou  marrom conformeo tamanho da agressividade recebida.Paralisados diante da violência alheia. Constrangimento pode surgir, raiva pode nos envolver e ação podemos ter, mas o sentimento e reação independe do outro e não é proporcional ao valor que damos ao estúpido da hora.

O sentimento é do tamanho do valor que está pesando em nós mesmos naquele tal, maldito ou não, dia.