domingo, 17 de outubro de 2010

Comovente



No decorrer da semana ouvi e li relatos sobre as impressões de quem viu o filme Comer, Rezar, Amar:

Me inquietou.
Gostei mais do livro.
Achei parado.
Amei.
Me senti estranha.
Maravilhoso.

Fui pro cinema movida pela curiosidade de conferir se o gostoso livro que li no verão, tomando banho de sol, se uniria ao bom filme. Não me desapontei. Adorei a leitura, mas o filme me comoveu, a mistura de belas fotografias + uma ótima história verdadeira + o sorriso gostoso, a interpretação e aqueles olhos sinceros da Julia Roberts só podia dar no que deu: coisa boa. Não vou nem falar sobre a ala masculina, pra não deixar o povo salivando...

Numa determinada cena, fui surpreendida com as minhas lágrimas. Porque será que estava reagindo assim, tão comovida, tão tocada? Afinal já conhecia a história e o livro foi salpicado de bom humor na escrita.Olhei pro lado e vi que tinha um certo funga- funga geral. Por qual motivo?

Talvez porque Liz Gilbert acena, para quem tem sede de realmente se conhecer, de buscar suas respostas mais íntimas ( e olha que conheço pessoas que nem sabem dizer se alguma vez se questionaram sobre pontos existencialistas.Nem pensaram na palavra existência. Pasmem, é verdade!) e por conseqüência achar seu ponto de equilíbrio.

Talvez porque ela mostre que é possível, uma vez que ali não se encontra uma estória fictícia e sim algo de carne e osso, a possibilidade de irmos ao encontro de nós.

Talvez porque ela nos convide inconscientemente a sair em busca daquilo que mais desejamos, no mais recôndito da nossa alma, que é realizar nossos sonhos.

Sonhos, sabe? Aqueles bichinhos internos, que de tempos em tempos nos causam coceiras na mente e cócegas no coração.

Quem não viu ou leu. Vá ao cinema!
Vale a pena, nem que seja pra ver Bali com Javier Bardem com a elegante escolha de Bebel Gilberto cantando Samba da benção como pano de fundo ou a cruzada de olhares cheia de sensualidade de James Franco e a protagonista, no primeiro encontro deles. Uauuuuuu.

domingo, 3 de outubro de 2010

Quando ela topa de cara.


“Todos os caras que dei na primeira vez acabei tendo algo mais, um namoro, um romance legal, um casório. Os que fiz docinho e joguei, não deu em nada!" Esta foi a fala de uma colega um dia desses.

Não acho que tenha regras, mas que neste quesito os homens continuam criteriosos, sim! Cheios de listas inconscientes do que pode ou não pode.
Conheço vários caras que bancam os modernos, contemporâneos, mas quando se vêem numa situação desta correm (depois do ato claro) para os seus gráficos neanderthais para conceituar a garota que passou aquela louca noite com eles. Isto já é automático. A constatação que são os homens jovens que vejo agindo assim causa desconforto e surpresa.

- Ah Carol, mas homem pode, né? – fazendo referência a um suposto caso,onde o cara era casado e garota era a namorada do melhor amigo dele. Esta observação quase estourou os meus tímpanos, de um homem que, com certeza, pegou um atalho das cavernas e parou aqui no século 21. E pasmem, um homem jovem que já nasceu em tempos de igualdade.
Pressupõe-se que os “antigos” sejam mais caretas. Não, os mais velhos talvez estejam mais resolvidos. Há uma longa ponte separando as estradas dos resolvidos e caretas.

Não existe regra, quando caímos na cama direto com alguém de primeira o que queremos é diversão, se depois vai rolar algo aí já é outra história. È o imediatismo da sensação. Se bem que acredito que na hora do jogo de carícias, beijos e tensão, o depois nem cogitamos. É algo tão remoto como traçar uma linha no mapa do Chuí para o Tocantins.

Não temos búzios, nem bola de cristal para saber o que vai rolar. E se vai rolar. Talvez não é o nosso objetivo, talvez tenha sido o momento que fez aquele clima acontecer. Talvez a necessidade carnal ou espiritual. Vai saber o que te levou ao emaranhado de pernas e suor junto àquela pessoa naquele momento. O tempo não conta nesta matemática. Se foi de primeira que rolou, se foi depois de meses,se foi uma semana. Vai saber o que te levou àquele momento, além da vontade e do prazer. Tudo é feito de energia pura, tesão misturado com tensão. Vai saber que resultado sairá. Se tiver algum resultado.

Talvez você saia desconfortável desta ação, talvez não. Se for consciente e com responsabilidade com você mesmo a margem de risco é mínima. O que prevalece é a auto-preservação, não importando de que forma você a conceitualizar. Isto é particular, íntimo, privado. Seu.

Conheço um casal que se ama loucamente e vivem junto faz 10 anos e a relação não terminou, mas começou na cama.
Tenho um amigo que diz que a melhor transa da vida dele foi com uma garota uma vez só. E não foi porque ela não quis que não se viram mais. Não rolou.
Depende do que as duas partes querem e de como a coisa acontece.

Já foi bom chegar logo no X da questão e já foi esquisito. Quem já não viveu isto e saiu com a certeza de que isto nunca mais vai acontecer? Ilusão.

De certo somente sabemos que cada história se desenrola conforme os atores principais e seus objetivos em cena. Se o que você quer é uma boa transa e nada mais, talvez numa transa de primeira isso vai rolar e ponto. Satisfação total. Se depois desta satisfação mútua, a relação continuar é um tiro no escuro. Mas quem já não esperou pra acontecer e depois não deu em nada? E quem não esperou nada e foi surpreendido?

Sexo é bom. Sexo com entrosamento e intimidade melhor ainda.
E nada disto depende do tempo.

O que você acha?