segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Ciao 2009!



A relação com 2009 está acabando.
Nossos dias estão contados. Estamos na UTI daquilo que se chamou de parceria.
Vivemos uma relação normal, como outra qualquer. Tivemos altos e baixos como qualquer casal. Nada memorável pra ser sincera. Agora está na hora de dizer adeus e seguir a estrada. Em busca de outro que me preencha. Que me traga fartura. Que ocupe meus pensamentos por completo, que revire o meu mundinho  e alinhe o que for necessário.
Um novo ano.
Me pego olhando com curiosidade para o mistério que circula esta figura chamada 2010.
Será que ele vem disfarçado de amor, sucesso ou realizações?
Expectativa. Excitação, frio na barriga.
Estou flertando com o futuro. Ele olha pra mim, eu olho pra ele. Mexo as longas pestanas destes meus olhos grandes e sinto que afeto o imaginário de 2010. Ele orbita em mim, já me cercando. Há um meio sorriso desenhado em seu rosto. Não consigo diagnosticar se é de alegria antecipada ou  puro deboche pelo que ele traz na sua bagagem.
Estou “ficando” com a surpresa.Como todo início de relação, há um suspense no ar.
Passado o desafio e a conquista instalada mergulharei de cabeça com excitação no novo, no desconhecido. No risco que é a metade do prazer com gosto de chocolate derretido na ponta de um damasco.
Então vou namorar, eu e o ano, durante 365 dias.
Com paixão, que é o que nos faz ir adiante.
Na véspera do último suspiro previsto, da nossa relação, brindaremos com champagne, entre um abraço apertado e um beijo molhado. Nos afastaremos sem a palavra adeus pra nublar o clima. Em paz, no silêncio. Com dignidade e respeito, com convém as pessoas saudáveis.
E mais uma vez estarei à espera de um novo ano e seu pacote de surpresas e milagres cotidianos.

Desejo a todos, um ótimo namoro com 2010!!!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Doutora por alguns dias

Tem dias que advogo sem ter diploma, sem ser bacharel nem ter passado na prova do OAB.
Já ouvi comentários que errei na profissão, estas pessoas falam isto quando provam da minha defesa em alguns "casos duros". Talvez pelo dom da oratória, pelo raciocínio rápido e afiado, por confrontrar, por desacomodar, mas acima de tudo pro acreditar que o certo tem que prevalecer.

Fui criada para acreditar nas minhas idéias, para retroceder com sabedoria quando necessário e para perseverar sempre.

Nestes últimos dias passei por algumas provações, a peleia foi dura. Vamos dizer que combati entre forças beligerantes.
Vivi um momento angustiante com a vida escolar da minha filha, mas o resultado foi positivo.

Lutei muito até que entendessem onde queria chegar e percebessem que a minha defesa não era baseada num julgamento pessoal. Havia um  certo distanciamento na minha tese. Precisava ser ouvida, mas era fundamental que entendessem que o meu discurso era baseado em fatos contra os quais não há argumentos.

A coerência reinava em cada ponto e vírgula do meu laudo.

Percebi a presença de Deus perto de mim ( mais uma vez) e principalmente reconheci a bondade e a coerência em algumas pessoas especiais.

Mas o que mais marcou nestes dias de entrave, de embate, acima da confiança  no que eu acho certo, corro atrás e acredito, foi o poder de uma mãe. Na íntegra, na acepção literal da palavra.

A luta contínua de batalhar pelo justo para o seu filho. A dor que cala mais fundo quando o filho sofre e você entende que não pode arrancar as ervas daninhas. É preciso, no mínimo, mostrar o seu amor através do apoio moral, permanecer atento ao seu lado, ajudando-o a lidar com o sofrimento como combustível para não cair no veneno atraente que se apresenta em forma de amargura e pode trancafiar um coração a sete chaves. O máximo no meu caso era lutar e jamais recuei perante os obstáculos, só me dou por vencida quando não há solução. Aí jogo a toalha e sigo em frente. Reconheço com humildade e uso a estratégia de retirada sem pudor quando é inevitável, mas não travo perante o errado, o injusto.

Já conhecia a minha força, ela mostrou a face inúmeras vezes e a cada apresentação da mesma, volto mais energizada. Sei do espaço que alcança as minhas mãos, mas entendo muito do poder da minha força de vontade e da fé que me impulsiona quando reclamo por justiça.

Defendo as minhas causas e levanto bandeira quando sei que tenho razão. A minha fé no correto na fraqueja os meus passos. Sigo em frente sem hesitação, querendo revirar o mundo, mas acima do bem e do mal, acreditando que há espaço para a justiça entre os homens. Ainda.

Por isto, amigos, já não estou mais precisando do MSN do Papai Noel, pois o Pai maior já me deu a benção este ano. Hoje é Natal no meu coração!

Abençoados sejam todos que ainda lutam e não se acomodam perante as dificuldades da vida.

No caminho você pode encontrar montanhas ou pedrinhas, depende da sua força e fé naquilo que vê.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Alguém sabe o msn do Papai Noel?


Bom, se alguém tiver o msn dele, por favor, passa para mim porque ando com uma vontade danada de falar com este ser.
Quem sabe depois de um bate papo a gente se acerta e recebo algumas coisinhas que andam pendentes por estas bandas.
Levando em conta que faz um tempo que não peço nada, além do básico para ser feliz, chegou a hora de pedir algo mais.
E você já fez os seus pedidos?

Alguém sabe o msn do Papai Noel?

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A impotência diante da vida

Tem momentos que eu gostaria de ser a mão que define o destino para ter o poder de decidir de forma justa aquilo que está errado pra mim. 

Para desviar dos que amo o sofrimento, ficar somente ao lado transmitindo amor, carinho e apoio não suaviza a angústia de me sentir impotente diante do que já está escrito como fato consumado.

A revolta me consome,  não há paz na injustiça, meu coração pesa e por mais que a peleia seja dura, a persistência me impulsiona a seguir o embate, mas nada me ilude de que a derrota é eminente. Restando, dentro de mim, um cansaço mental e físico descomunal.

Nesta hora é importante entender que sofrimento é combustível, não pode ser veneno. Por mais que me sinta irracional diante da dor dos amados. Não há razão que estanque a dor.
Mas não consigo, nesta hora, objetivar nada. Me permito optar pelo emocional nesta situação.

domingo, 13 de dezembro de 2009

NO MUNDO DOS PORQUÊS


Aberta a temporada das emoções coletivas.
Eu quero entender o porquê de tanta atenção, de tanta bondade, desapego material e espírito de ajuda somente numa época do ano.

Passado o mês de dezembro e o que inclui no pacote deste período, além do tal espírito de Natal, a vida volta “ao normal”. Normal nem sei se é a palavra, mas voltamos aos nossos casulos e de lá tocamos as nossas vidinhas individuais, encarcerados nos nossos problemas e atribulações, esquecendo de vez o próximo...mais ou menos.

Não falo somente dos outros, falo de mim também. Este questionamento é de dentro para fora, afinal é nesta época do ano que nos abrimos mais para as mazelas do mundo, fazemos mutirão para ajudar lares carentes, contribuímos com brinquedos para crianças necessitadas.
O olhar é mais doce com aquele colega insuportável, a paciência é maior com o tal primo mala que passará o ano novo conosco, conseguimos brecha naquela agenda atribulda que é a sua vida, para encontrar os amigos de segunda a sexta em qualquer happy hour da vida.
Choramos mais, o coração fica batendo como asas asas de borboletas só de ouvir sinos em qualquer música que ouvimos. Até com o  caminhão da Coca Cola me emociono, quando passa de noite corro pra sacada pra ver toda feliz.

Sentimos mais falta dos que foram para o andar de cima e comungamos de amor pelos próximos com mais carinho, atenção, sinceridade e generosidade. Nosso sobrenome é altruísmo.

A bondade está no ar.
Trinta dias em que as pessoas estão mais aberta a emoção alheia, bondosas e mais cheias de Deus por dentro.

Este exercício de bondade deveria se dar o ano todo, ou melhor, deveria ser tão internalizado que seria normal sermos assim, magnânimos.

Quem sabe aderimos a esta modalidade de ser ?

Deixaria de ser apenas um mês o Natal e seria os 365 dias do ano.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Duelo de gigantes



Tem dias que tenho a nítida sensação de que a minha cabeça é um passarinho debatendo-se nas grades desta gaiola, por ora confortável por vezes nem tanto, que chamo de meu corpo.

Tem momentos que a tal grade é uma jaula.

Sinto-me encarcerada.

Prisão domiciliar.

O corpo e a mente travam embates históricos, isto não é novidade.
Este corpo que de forma ingrata não acompanha a evolução das minhas idéias. Enquanto a minha cabeça se torna uma adaga afiada com o passar dos anos, meu corpo e de todos os outros humanos, fenece. A curva de produtividade não nivela com a da criatividade, da sagacidade.

Maldito Senhor Tempo, que não cria sintonia entre a matéria e a mente. Duelo de gigantes.

Nestes dias inquietos o meu passarinho-mente voa, frequentemente de forma imaginária.

Levanta as asas e voa rumo a liberdade.

A tão sonhada liberdade...