quinta-feira, 20 de maio de 2010

As nossas histórias não precisam ser simples sinopses.


Ela pensou: se ele disser fica, eu recuo. Diz Fica, fica. 7x fica!
Se ele tivesse dito isto, eu não teria girado a maçaneta, dado dez passos até o elevador em direção ao final definitivo daquilo que era a nossa história. Permaneceríamos sendo “nós” ao invés de dois neste mundo afora. Ainda haveria um par por aí.

Ele pensou: vira, vira, vira!
Talvez se ela retroceder, eu tomo uma atitude e volto atrás nesta decisão nem tão decidida assim.
Quem sabe se eu falar fica, ela vira e me dá aquele sorriso de reconciliação? E eu encho ela de beijos porque de conversa estou cheio.
Não consigo me mexer, enraizei feito planta neste chão preto e branco do hall deste apartamento. Que ironia, olho pro assoalho e compreendo, em definitivo, que a vida não é preto e branco. Há matizes.



Este movimento de ficar, esta simples palavra despida de toda e qualquer arrogância momentânea pode nos poupar o incômodo do desconhecido, da ausência, da quebra de rotina e principalmente da retirada prematura (talvez) de um bem querer das nossas vidas.
Quantas vezes esperamos uma palavra singela, um gesto despretensioso para retroceder e escrever diferente a página seguinte de uma vida a dois. Uma página que pode ser o prólogo e não o epílogo de uma aventura contada a quatro mãos.


Querem saber como eles ficaram?

Ela: correu pro carro, abraçou a direção, encostou a testa nos braços e suspirou de forma profundo ( um último suspiro?). Ligou para a amiga de sempre. Quando a amiga pronunciou a frase tradicional: - o que aconteceu? A voz embargou e o choro tomou conta daquele corpo.
Chegou em casa, tirou as roupas no automático, ouviu aquela música de doer os ossos, abriu uma garrafa de vinho e por milagre, achou um Lexotan no fundo da gaveta do banheiro, entre o barbeador e a escova de dente dele. Dormiu abraçada entre os travesseiros e a velha amiga tristeza.

Ele: ouviu o estalo do elevador descendo, demorou alguns segundos para assimilar o ocorrido, puxou o celular do bolso e ainda meio atônito marcou um futebol com a galera do bar.
Bebeu, jogou e só se deu conta da falta daquela mulher quando abriu a porta do apê e não tinha luz, nem som, muito menos o perfume dela no ar. Ali se fez silêncio na sua alma.

domingo, 9 de maio de 2010

Um beijo cheio de alegria

Para quem já é.

Para quem já foi.

Para quem será.

Para as que optam por não ser.

Para àquelas que de uma forma ou de outra exercem este papel, de mãezona de alguém.

E para os nossos homens contemporâneos que praticam a sua poção mãe de forma excelente.

Um beijo grande por hoje.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A tristeza não precisa ser uma rendição.


No filme Tudo acontece em Elizabethtown, num determinado momento, a protagonista fala que a tristeza é uma rendição.
Concordo. É fácil  render-se em meio a guerra diária, suas mazelas e suas atribulações.
É uma atração perigosa esta que nos chama quando a tristeza encosta de jeitinho em nós, se afoga nos nossos braços e estreita a nossa alma afetando de um jeito desastroso o nosso mundo e de quem nos rodeia. No vácuo do sentimento, ali te sugando.
O difícil nesta vida é pelear para não se dobrar, não deixar o baixo astral nos afetar.
Transformar e ditar as regras por uma atitude mais salutar.
Manter o espírito alegre não é impossível.
Existem pessoas que já vem com a poção pronta, são felizes por natureza e há àquelas que fazem disto um exercício diário.
Acredite que no final da batalha todos temos direito a esta fatia da torta chamada felicidade.
O que importa é crer e o resto flui naturalmente.