terça-feira, 30 de setembro de 2008

Desapego não é esquecimento


Nosso amor de ontem, ficou no ontem e como tal nos permite seguir adiante sem dor, sem sofrimento, mas com a certeza de que vivemos de hojes e como tal foi boa a nossa relação enquanto preencheu as nossas vidas, enquanto cumprimos a nossa parte no trato velado de sermos fiéis a quem somos e sermos leais enquanto a palavra nós existia entre a gente, carinhosamente e sólida. Ponto.
Foi isto que vivemos e que nos permitiu chegar a outras relações prontos a nos entregar sem traumas e medos. Sem vícios de relações vividas anteriormente. Sem lados B doentios.
Não precisamos superar o passado. Como se desvencilhar daquilo que faz parte da nossa história? Daquilo que nos faz um pedacinho do que somos hoje em bagagens no nosso mapa mental de como levamos a vida e enxergamos o mundo.
Mas nós somos mais do que o passado. Somos aquela estrada que pavimentamos no decorrer do caminho e que em alguns pontos nos colocou em encruzilhadas e noutras nos deixou frente a frente com um horizonte infinito. Escolhas. Mas somos, na verdade o aqui e o agora.
Por isto se desapegar do que ficou não é esquecer. É simplesmente entender que o passado não temos controle, não somos mais responsáveis pelo que já era. Sendo assim, acabou. Foi. Sigamos em frente.
Já disse alguém que o passado é uma prisão que nós temos a chave da cela, basta abrí-la quando quiser. Faça uso da sua chave e descubra que tudo que fomos ontem não podemos modificar, mas podemos com as ferramentas certas escrever uma história diferente agora, no presente.
A vida é sua e ela está no agora! O futuro ainda é uma caixinha de surpresa ( ou de Pandora?)
Portanto, viver o nosso tempo juntos foi lindo, foi um prazer e me orgulha sim te olhar nos olhos e ver o que restou do que vivemos num passado bonito de nós dois, aquilo que ajudou de certa forma a construir o que somos hoje. O resultado do que sou hoje está diretamente ligado a uma parte das pessoas que passaram ou ainda fazem parte do meu roteiro de vida e assim é com aqueles que chegaram até mim. Nesta multidão toda estamos nós, em alguns momentos, juntos. Mas é um passado, impossível voltar atrás e sendo assim, deve permanecer naquela época.
E é importante entender que a hora é de seguir adiante. Liberte-se!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Casamento a três

Casamento com três personas, muitas vezes, non grata : ela, ele e o tédio pesado dos dias sufocados de ranço tipo manteiga num dia de calor, fora da geladeira.

Você gosta do carinha, ele é fofo, inteligente, cheio de humor ácido e gostoso, começa a namorar e logo já quer acordar todos os dias ao lado dele, dormir de conchinha.
Junta daqui, junta de lá, stress da sacola e mochila de final de semana, casa de um, casa de outro. Depois de um tempo, coração e tesão a mil, resolvem casar oficialmente ( isto ainda existe!) de véu, grinalda, e vestido bombom. Porque desculpe meninas a porta do altar, mas o que tem de noiva brega solta envolvida em vestido repolhudo tipo: quero estender meu debut dos quinze anos... Jesus me chicoteia 10 vezes!

Depois de mais tempo, o casal muda as tais “expectativas”. Ele, aos poucos, se revela um mala-sem-alça que só curte ver tv quando chega estressado em casa, ela só reclama da jornada dupla e de que ele não ajuda nas lidas domésticas. Resolvem sair pra quebrar a rotina. Advinhem qual é o programinha? Jantar, é claro! No restaurante, de longe, mera expectadora, observo. Casal esperando o jantar, silêncios que falam, clima pesado, olhares dispersos e ponto. Assunto em comum zero, humor e risadas de alguma particularidade, mais zero.Casal mofado, né?

Visão cínica a parte, quero dizer que EU acredito em relações saudáveis e duradouras,ok.

Mas , chega mais. Vem cá, tudo tem que mudar quando a gente muda?
Vocês acham que ainda existem pessoas que se intitulam casais, que ainda se permitem viver assim?
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Pessoal, espia aqui o meme que a ‘ miga Carrie” do bacanérrimo http://ocomplexodecarrie.blogspot.com/ me enviou:

*Quatro trabalhos que tive em minha vida:
Instrutora de treinamento
analista de RH
supervisora de telemarketing
coordenadora de telemarketing
* Quatro lugares em que vivi:
Porto Alegre
São Paulo
Curitiba
* Quatro Programas de tv que assistia quando criança:
Sítio do Pica Pau Amarelo e Estúpido Cúpido, e de vez em quando, porque não era ligada em tv. Curtia mais era brincar na minha rua que era a extensão do meu pátio. Infância saudável, viu? hehehe
* Quatro programas de tv que assisto:
Sex in The City (mania de ver reprise)
Saia Justa ( AMO)
Brothers &Sisters ( pra chorar muiito)
Jamie Oliver e Nigela Lawson
* Quatro lugares em que estive e voltaria:
Praia do Rosa-SC ( sempre)
Positano ( maravilhoso)
São Roque - SP ( pelos lembranças doces)
Firenze ( por tudo)
* Quatro formas diferente que me chamam:
Carol
Carô B.
Caro
* Quatro pessoas q te mandam correios quase todos os dias:
Dani, Régis,Cris e Fabi.
* Quatro comidas favoritas:
pão de queijo, camarão ( amo), sushi&sashimi, massa
* Quatro lugares em que gostaria de estar agora:
NY
Noruega
Bruges
Londres
* Quatro coisas que espero que esse ano eu possa:
Aumentar o meu salário
Continuar curtindo meus amigos e principalmente a minha família
Entrar numa calça tam.40( iupiii)
Fechar o ano com chave de ouro em satisfação comigo mesma!
* Quatro amigos para responder:
Vou extrapolar, o Oscar vai para...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

No labirinto


Nossa vida amorosa, em alguns momentos, lembra um labirinto, daqueles de vidro, sabe?
As pessoas correm de um lado para o outro, quando se deparam com alguém do outro lado do vidro frente a frente, empacam, engessam e o pensamento bloqueia a ação e vem a inércia ou por impulso avançam se chocando contra o vidro, um obstáculo a transpor. Nestas horas muitos desistem, viram as costas enveredando por outros caminhos. Caminhos menos tortuosos. Será?
Entre uma caminhada e outra quando bate a dúvida de qual será a melhor saída, quando é necessário pensar em qual melhor caminho a seguir dobram a primeira esquina achando que é a resposta mais rápida para suas lógicas e conceitos pré definidos da melhor chegada ao fim do labirinto. Aquietam, ou se iludem de que assim acontece com o seu coração perturbado.
Há aqueles que martelam horas de pensamento a procura da melhor resposta de como sair do emaranhado de opções e acabam por esperar de mais e nada fazer e existe aqueles que na ânsia louca, na busca incessante do melhor caminho para chegar ao final libertador do labirinto se jogam em qualquer quebrada de esquina para encontrar vidros e estilhaços ou talvez um jardim suspenso na última estrada a caminho da saída. O que nos espera ao final da labirinto talvez recompense a caminhada. Ou não. Entre sinais e caminhos vejo aqueles que não querem realmente alcançar o tão esperado término da corrida, decerto que a estrada não está tão pavimentada.
Também tem aqueles que alcançam, com sucesso e fé, a porta de saída e são alimentados de infinita plenitude compensados pela batalha.
Vejo, na maioria dos caminhos pessoas perdidas, zonzas, tomadas de conceitos do que quer, mas sem projeto, planejamento e principalmente fé em levar adiante seus planos, tontas sem saber qual caminho a seguir, sem enxergar, na correria, aquele que passa também no corredor a procura da saída. Esbarram nos outros e não vêem o sujeito sem notar que juntos conseguem pensar mais, criar mais e talvez encontrar o final. Alguns sem saber pra onde ir e nem de onde vieram.
É somando que dividimos melhor, já disse alguém.
Todos a procura da saída, todos com um único objetivo: o amor. Artigo luxuoso que sonhamos desde que nascemos,mas que muitas vezes não conseguimos definir, objeto cobiçado, ambição de que assim sejamos completos e mais realizados, por que podemos ser o mais bem sucedido profissionalmente, mas se o coração não vai bem, o resto não vai bem.
Vejo cada vez mais pessoas reclamando da solidão, do individualismo, do viver só, mas quando ficam frente a frente com o produto tão desejado recuam, reclamam e colocam objeções para não vingar, não ir adiante. Aquelas mesmas pessoas que vivem a reclamar da sua solidão e da vontade de amar e ser amado.
Será que realmente querem o amor, será que dá mais prazer viver a procura, pelo simples desafio da aventura, do que realmente achar aquilo que dizem desejar.
Querem mesmo achar a saída ?
O que realmente existe corações covardes ou amores impossíveis?

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Metragens Curtas ( 2 )


Depois de um findi de muito frio, peguei a receitinha da vovó e fui pra perto do fogão para espantar a minha fiel e não escudeira amiga, a gripe.
Aqui no RS, temos várias receitas pra espantar a “migucha”, mas certo ou errado, pra mim funciona a seguinte: escalda um leite bem fervido na beira do fogão ( neste caso o microamigoondas está descartado) com uma gemada bem batida e sai correndo e se joga nos edredons da vida. É tiro e queda, no outro dia acorda lépido e fagueiro.

Nesta noite de invernada ( sintam o clima de gauchada nas palavras em ritmo de fandango, piquete e semana Farroupilha, tchê!) acrescentei algumas gotas reflexivas no momento íntimo entre eu e a migucha-gripe. Fiquei pensando, entre uma batida e outra na colher da gemada: se o resultado é o mesmo o que vale mais? A persistência ( devagar e sempre) nos atos ou a rapidez das ações para chegar a um resultado desejado?

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Trocando de saco pra mala. Já abordei, no post Matemática Simples em junho, mas vale a reflexão de novo, de forma inversa.
Ninguém me avisou que o mundo mudou. Pára que eu quero descer.
Temos mais línguas pra falar e menos ouvidos pra ouvir atualmente?
Na pressa de se fazer ouvido atropelamos os sinais que o outro nos envia. Não prestamos atenção no que ele fala, nas mensagens codificadas através de gestos, olhares e atitudes ou até mesmo nas suas falas.
Isto é velocidade ou seria egocentrismo?

Metragens curtas ( 1 )


- Desculpem os intelectuais de carteirinha, os cinéfilos de plantão, sem generalizar, mas já puxando o fio do geral, nada contra filme brasileiro, GOSTO COM ORGULHO dos nossos atores e diretores, poderia citar aqui vários que me dão prazer de assitir e de refletir, muitas vezes, pós sessão. Mas a nova onda pegou geral, saímos dos filmes com cardápio recheado de nudez e palavrão no país das bundas e fomos cravejados de balas no cinema com favela, armas, violência e drogas.
Espera, sei que esta é a nossa realidade, este é o recado, é preciso retratar blábláblá. Mas não dá pra pensar em variar?

Era uma vez vem aí... ator ótimo ( Thiago Martins), romance no ar, público e críticos ácidos prontos pra bater o martelo já que é o 2º filme pós 1º ter sido sucesso do autor de 2 Filhos de Francisco que aliás, não vi, por puro preconceito porque não suporto a duplinha sertaneja. Nuvem de expectativa a parte, tem cara de ser bom o filme, mas mais uma vez o retrato do Brasil violento, favelas, crimes e disparidade social.
Vocês não se sentem metralhados, com bazuca, com este excesso ?

sábado, 13 de setembro de 2008

Tão longe, tão perto.


Se nos anos 80 te contassem que as relações iriam mudar, você acreditaria? Sim, o mundo já estava em plena revolução de marte, de saturno, era de aquário e etecetera

E se te falassem que as relações seriam mais virtuais que reais e que dentro duma caixa cheia de memória saísse relações com mais vínculos do que muitas de carne e osso, você acreditaria?

Pois é, em pleno anos 2000 estamos aqui, eu e você, nos comunicando, nos conhecendo e mandando energias positivas e torcendo pela alegria do outro sem nem termos nos visto uma única vez. Derrubando fronteiras e encurtando distâncias.

Pode um trem desses minha gente?

É a vida buscando novas formas de convivência afetiva que talvez tenha surgido quando algumas fórmulas antigas já não fazem mais efeito.

São as pessoas se aperfeiçoando e buscando recursos neste mundo por vezes gozo e por vezes choro.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Encontro (des) marcado


Cena 1 – sexta feira encontro com amigos num boteco pra lá de bom. Cerveja gelada, acepipes e um bom samba de raiz. Programinha legal. Entre um som e uma multidão, você esbarra em alguém que não vê há séculos. A satisfação toma conta de ti, bate um papinho, trocam os celulares e marcam de se encontrar. Com certeza pra botar a conversa em dia, recuperar o tempo perdido.

Cena 2 – na cena final do filme Separados Pelo Casamento o casal se encontra depois de um certo tempo e entre a cautela, a hesitação e a alegria de se ver, combinam um bate papo num lugar qualquer para contar as novidades das suas vidas já não mais compartilhadas. Gosto deste filme porque ele mostra, pra mim, que a velha máxima ainda está em alta, aquilo que nos atrai no início é o que nos faz separar algum tempo depois, ou seja, sem afinidades nada vinga.Os opostos se atraem somente por um tempo. Mas voltando ao encontro marcado, vai rolar? Provavelmente não!

Porque será que temos este hábito de na falta do que falar ou por puro costume, na despedida, falamos esta frase carregada de esperança no ar ( para um dos lados ou nenhum quando a fazeção é geral). Sabendo de véspera que não vamos procurar a tal pessoa que hoje já não habita nosso mundinho. Porque?

Espera aí, claro que estou generalizando porque eu mesma já fiz o papel de várias maneiras: já combinei e liguei e deu super certo, já combinei e não tinha mais nada a ver, já falei e já ouvi que ligaria e não liguei ( não ligou) e sabia que jamais ligaria, já disse por dizer. Sem compromisso.

E você, já passou por isto? O encontro marcado foi, literalmente, palavras jogadas no ar?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

As estações e as ilusões

Tem duas coisas que são destrutivas quando começamos uma relação. Acreditar que:
- Ele vai mudar
- Ele vai ser sempre a mesma pessoa que era no início.
Pura ilusão. As pessoas mudam numa velocidade de 3º geração GSM com gprs, wi fi e tudo que a modernidade permite. Então nada mais normal que os relacionamentos tenham mudanças no decorrer das suas estações. Muitas vezes se faz inverno na vida do casal e em outras estamos em pleno verão entre uma entressafra e outra da primavera e outono (que o diga Vivaldi!)
E ninguém vai mudar por você e você não será o agente da mudança de ninguém. Aliás, solicitar isto para o outro é pura sacanagem e a conta pode ser alta no final.
Ninguém é capaz de mudar por alguém, somente nos transformamos por nós mesmos. Isto é um processo interno, sem ação externa.
Podemos ajudar nesta transformação, mas é pessoal e intransferível.
Por isto a minha dica é: cuide-se muito bem, primeiro. Tente se aceitar e o outro também. Agora se ele não quer mudar, se não se esforça para mudar e você não aceita ele como é, o negócio é consultar a meteorologia e fazer uma escolha: esperar uma nova estação ou partir pra novos lugares como os pássaros, a procura de novos climas. É um processo migratório para novos ares. Ou seria novos olhares?
Se esquentar ou esfriar muito entre as estações, o jeito é cuidar de arranjar outro "cobertor de orelhas ou um novo guarda sol"
O bom e necessário é: a opção é sua se fica ou não nesse relacionamento.