domingo, 23 de novembro de 2008

Tudo que se vende barato, se compra barato.

Ouvi esta frase a vida inteira do meu pai. A leitura dele era que se não nos valorizamos, quem nos dará o real valor? Por mais clichê que seja, é uma verdade básica.
Falando nisso, muito bom o artigo que saiu na Zero Hora, deste domingo. Um tema para debate, muito bem escrito pelo Sebastian ( garoto propaganda da C&A) sobre o vitimismo que nos impomos, pois o preconceito e o complexo de inferioridade, em alguns casos vem de dentro para fora.

Quantas vezes nos colocamos em situações de vítima porque realmente nos sentimos coitadinhos, dignos da pena alheia. Devorado pelo nosso próprio preconceito, engolido em pequenas doses de fatos corriqueiros que cristalizam a nossa idéia de que somos inferiores que cega a nossa visão real, nua e crua. Diz um ditado popular que "quem se faz de vítima, vira vítima".

Claro que estou fazendo uma analogia aqui, meramente superficial. Sabemos que no Brasil o racismo ainda persiste sim, nas mentes pequenas, raízes do racismo irracional ainda existente e profundo. Me admiro cada vez que constato isto porque somos um povo feito de vários matizes, de várias culturas e nações, um país tropical onde se mistura amarelos, brancos e pardos. Mas quando este racismo se configura em atitudes perto de mim, me lembro de uma pessoa que convivi profissionalmente e não conseguia admitir suas raízes, por mais características que ela tivesse. Sempre dizia que era indígena enquanto que seus traços revelavam a sua real descendência. Uma mulata bonita tipicamente brasileira. E pior, ela era psicóloga, formada e pós graduada. Como ela afirmava e reafirmava isto muitas vezes, se tornou vítima da piada alheia ( de mau gosto) entre muitas pessoas. Que patético ...

Segue na íntegra o artigo:

23 de novembro de 2008
TEMA PARA DEBATE
A consciência do valor dos negros no Brasil – Alforria à inferioridade, por Sebastião Fonseca (Sebastian)*

É verdade que o Brasil cometeu alguns erros históricos acerca da sua relação com o povo negro. É certo que o nosso país demorou em assinar a carta de alforria, muito embora só o tenha feito por pressões externas e por motivos mercantilistas. É, no mínimo, angustiante recordar o quanto os negros sofreram ao longo do tempo escravagista. E ainda sofrem, mesmo forros e belos, vistas as manifestações de racismo e discriminação pelo mundo afora.Todavia, não costumo comemorar o 20 de novembro como uma celebração. Prefiro lembrar da saga e a luta de Zumbi dos Palmares pela quebra das correntes. Também não defendo a idéia de que se destine, em algumas partes do Brasil, um feriado pela consciência negra. Na minha avaliação, tudo isso também pode ser discriminatório. Penso, sim, que devemos aprender com as lições do passado, sem festejos, nem fogos de artifício. Afinal, será também o Dia do Índio feriado? Por acaso este povo, que já habitava as nossas terras muito antes dos brancos, também não sofreu aberrações, estupros, contaminações e uma série de desmandos?Na verdade, já pude notar diversas manifestações de preconceitos raciais, seja de brancos a negros, negros a brancos, amarelos a brancos, brancos a vermelhos, e todo um azar de um arco-íris ilusório e malévolo. Estas práticas inconscientes não são propriedade de nenhuma raça específica, e sim de uma alma em conflito consigo mesma. A alma que deixa de ser alma para ser meramente um corpo.Será que o leitor pode imaginar o quanto um artista negro e bailarino como eu pode sofrer discriminações? No entanto, a minha postura diante da vida não admitiu que eu sofresse esses manifestos. Simplesmente não me permiti receber desafetos racistas, mesmo sabendo que muitas pessoas tentariam me oferecer. Afinal, você recebe aquilo que você se dá. Eu me dou muito bem comigo mesmo e recebo em troca e gratuitamente a simpatia das pessoas e o reconhecimento pelo meu trabalho.Quantos irmãos da mesma pele têm a síndrome do vitimismo? Muitos são olhados com admiração e respeito, entretanto a memória celular da nossa raça, às vezes, cisma que esses olhares são de desprezo e nojo. “Por que aquela pessoa está me olhando?”, dizem. E eu sempre respondo que é bem melhor serem vistos do que ignorados.Orgulho-me de ser um cidadão do mundo. E de ter nascido preto. Seria assim se eu tivesse nascido palestino, normando, japonês, anglo-saxão, tuaregue ou aborígine. A Deus agradeço por ter nascido brasileiro de Minas Gerais, mas o faria se fosse argentino da Recoleta ou espanhol de Barcelona. Minha filosofia é sentir-se confortável dentro do corpo que escolhemos para nascer.No dia da consciência negra (e que pode ter outra conotação de negro visto como sombrio) e que deveria se chamar dia da consciência do valor dos negros para o Brasil, procurei conclamar meus irmãos – nunca nos chame de “pessoas de cor”, quem tem cor é aura – a que busquem a felicidade suprema de dentro para fora. E que, verdadeiramente, conhecessem a beleza de ser um ser íntegro, e sem pele. E que, finalmente, se libertassem da escravidão interior da mentira da inferioridade.
*Artista, bailarino e garoto-propaganda

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Somos um mar de indefinições

Saiu na revista Social Indicators Research, um estudo de sociólogos da Universidade de Maryland, com base em três décadas de pesquisa, onde concluíram que os menos felizes assistem mais tv, enquanto que os que se consideram mais felizes lêem mais e têm vida social mais ativa.
Minhas conclusões com os meus botões:
1.e aqueles que gostam de tv, de ler e de sair?
2.é por isto que dizem que os mais deprimidos comem, assistem tv, comem de novo e voltam pra tv usando o sofá, a sala e a amiga tv como escudo para driblar o medo do mundo ( pulsante) lá fora ?
3.ops, alguém aí sabe o que realmente é a tal felicidade? Eureka, eles descobriram!!! Piada, né? Abafa o caso.
4.algum sociólogo já ouviu falar que ser humano é difícil de engessar e classificar, uma vez que não somos salsichas na esteira da fábrica e mudamos constantemente ( tks god!)? Somos uma coisa até virar outra coisa.
Santo Prozac, me dá um lexotan pra aguentar a caminhada com serenidade...
Tirinha: O Obama declarou que suas músicas preferidas são: Gimme Shelter dos Rolling Stones e City of Blinding Lights do U2. Agora dobrei o gosto por este moço, viu?

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Deu preguiça ...



... ou foi a loucura do dia a dia? NÃOOOOOOOOOO. Eu A-DO-RO vir aqui!

Enfim, andei faltando por estas bandas por puro cansaço que andei nos últimos dias, desgaste com a equipe de trabalho, correria nos estudos e stress direto. Mas como nada dura pra sempre, cantei pra subir e tô por aqui.

Poderia ser por preguiça, ou falta de assunto, mas não. Assunto é que não falta ( como geminiana que sou!), estão pulando aqui dentro de mim, igual pipoca, loucas pra saltar.

Tô de volta cheia de saudades.

Não, não fui embora pra Bora Bora, como mostra a foto aí em cima.

Quem sabe um dia desses, me presenteio com um período sabático e me mando pra lá de vez?

Ai "dilíciaaaaaaaaaa"...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O Assalto

( foto tirada do Google)

Semana passada, por vários dias fui assaltada pelo passado.
A entender: selecionei, recrutei e ministrei treinamento para pessoas que não gosto, mas por questões profissionais e estratégicas fui imparcial e passei por cima dos meus sentimentos bélicos.
Forçada a reviver aquilo que não é vivido para recordar.
Uma adaga, bem ali no meio do meu peito, a me cutucar. Fio afiado causando agitação, incômodo. Lembranças que não guardo entre bilhetes e fotos, muito menos no coração.
Lembranças que me assaltam.
Passado com cheiro de mofo, azedume, acidez.
Passado que merece lugar de destaque, no lixo. Pessoas idem.
Uma relação de custos bem mais altos que benefícios. Fatura alta.
Enfim, a semana foi passando e eu driblando a situação em nome da ética profissional.
No final bati palmas para mim por conseguir transmitir, superficialmente, uma imagem de “não tô nem aí”. Precisava me testar e talvez ali surgiu a chance. Ou está surgindo, uma vez que terei que conviver com determinadas pessoas que me lembram constantemente do que não quero lembrar.
Enfim, a roda gira e, de novo, me põe no caminho algumas provações.
Um assalto te paralisa ou te faz correr, no meu caso gostaria de disparar, mas como diz lá no interior “ já que tá, que vá”.
Que venha o touro... em forma de bifes e me coloque no olho do furacão!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Dois momentos - Uma virada

( 1968) I HAVE A DREAM - Martin Luther King, Jr

Discurso de 1963


( 40 anos depois) YES, WE CAN - Barack Obama

Campanha 2008

domingo, 2 de novembro de 2008

Nossa Senhora da Bicicletinha, me dê equilíbrio!

Eu juro que faço esforço, conto até dez, mordo a língua pra evoluir a minha espiritualidade, entôo um mantra, abstraio, sublimo, mas dá vontade de aconselhar:
- Compra um peixinho dourado, fica olhando pra ele pra ver se ele peida, tá?
Quem sabe assim pára de alugar esta pessoa que vos escreve e me erra de vez.
Porque não tem coisa mais chata do que agüentar uma pessoa bipolar e desconfio que ando, ultimamente, convivendo com um ser desta espécie. E pior ela não sabe que faz parte desta tribo! Santa alienação e falta de reconhecimento das suas limitações.
E pior ainda é que essa pessoa não escolhi para conviver, ela me foi imposta pelos desvios naturais que a vida adulta e profissional me presenteou.
Só que isto vai parar por aqui. Não vou permitir que uma pessoa incoerente me afete.
Como já disse Nietzsche: “ me nego a desperdiçar a minha inteligência” com perfumarias baratas e fedidas.
Sendo assim, passado o momento de desabafo a la desci-do-salto-não-me agüentei, neste espaço que adoro e curto com muita leveza. Sigo cantando pelo dia afora e vou me arrumar pra sair e curtir aqueles que realmente me são caros: amigos.
Valeu o momento! Agora estou de alma lavada. Agora é ponto final (.)
Amanhã volto com notícias mais pitorescas.