quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Pela liberdade de não ter puxado a ninguém


Kurt Halsey

Me causa desconforto quando alguém fala que o X puxou a mãe, que o Y é igualzinho ao tio avô e por aí vai desfiando crenças e esquemas criando sugestões na cabeça das pessoas, desde a mais tenra idade. E isto é muito comum nas famílias.

Li outro dia num artigo do Flavio Gikovate que a dinâmica dos filhos é mais ou menos assim: num casal de personalidades opostas, o primeiro filho opta, inconscientemente, pela personalidade de um dos dois e o segundo filho se opõe à escolha do primeiro.

E o terceiro, se existir, como fica? Descompensa geral? É o estranho no ninho de mafagafinhos?

A regra é esta? E por acaso, personalidade tem cadastro de referências? É jogo pra ter regra?
Certo somos feitos daquele mapa mental de genética + personalidade + experiências, mas dá pra se ter liberdade de ação e fugir da pressão dos arquétipos.

Curiosamente me vi pensando nisto em relação a minha família e eu ser a segunda na "dinastia". Realmente era o oposto do meu irmão, mas neste caso nos completávamos. Sendo assim, escapei da regra que aquilo que nos atrai no oposto é o que nos separa mais tarde. Regra esta que acredito e muito para amores mundanos não amores parentais.

Éramos opostos que mais tarde não pesou e nem nos separamos pela forma diferente de ver e viver o mundo.

11 comentários:

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Carolina,
Em questão de personalidade, pode ser que pese essa busca de semelhanças entre pais e filhos.
Mas no que diz respeito ao aspecto físico, eu acho interessantíssimo observar as semelhanças, principalmente quando os filhos já são adultos.
Acho fantástico quando vejo, na rua, ou outro lugar público, mãe (ou pai) com filha (o)e os dois com a mesma "cara", parecendo clones.
Bjs

Cris Medeiros disse...

Eu sou a ovelhinha negra da família, ou pelo menos o trono era só meu até chegar meu sobrinho. Agora tudo de ruim que ele faz comparam comigo...

Lá a conversa é sempre essa, alguém sempre puxou a alguém e eu fico como o exemplar bizarro de tudo que não presta... Não dá, eu realmente caí por engano nessa minha família... rsrs



Beijocas

Dr.do absurdo disse...

Dizem que sou a cara do meu pai e adquiri algumas características, mas sei lá, não acredito muito nisso. Eu me pareço com ele porque me espelhei nele como homem, como pai e profissional.
Mas eu penso de uma forma e ele pensava de outra, o que gerava atritos em nossa relação.

Beijos

Dalva Nascimento disse...

Carolina,

a genética é um fator muito forte, quando se trata de aparência física... quanto à personalidade, ela é individual. Claro que o meio influencia... mas não chega a influenciar a individualidade de cada um! E que bom que é assim... já pensou que triste seria se todos fossem iguais???

Bjs.

Babi Mello disse...

Engraçado Carol lendo seu texto me veio logo a mente sou parecida fisicamente com a minha mãe e tenho um pouco dela na personalidade, mas de longe sou o meu pai em personalidade e minha irmã é totalmente diferente de mim, seu texto tem muita razão.
bj!

Sonia disse...

Excelente texto!
Sou gêmea com um menino!
Passei a vida e ainda passo,ouvindo comparações.
Ele é realmente melhor em tudo,mas eu já sei!E todos me fazem lembrar o tempo todo!(Risos)
Desde pequenos...
Ele toca violão clássico e eu MPB.
Ele é calmo e eu 1000 por hora!
Ele segue mais as regras sociais que eu!!!
Ele curte a casa e eu a rua.
E por aí vai!!!(Risos)
Mas enfim,somos seres diferentes e somos amigos demaisss...!!!
Apesar das nossas diferenças,só nós dois mesmo de irmãos...aprendemos a respeitar as diferenças e somos até hoje bem unidos!
Bjsss...milll

Valéria Martins disse...

Lembro de um livro da Anna Sharp em que ela lembra que cresceu ouvindo que não se parecia com nenhum dos dois, pai ou mãe. O pai dizia: "Fulano parece comigo, sicrana com a mãe. Mas aquela ali... Não sei a quem puxou!" Esse era o trauma. Hahaha, a gente nunca está satisfeito!
Quanto ao seu estado atual, eu estou exatamente igual a você. Aguardando... Com amor e fé.

Beijos, querida

Denise Egito disse...

Carol
Lá em casa não sei bem como fica, mas sempre tive mais afinidades com meu pai e ele era mais meu cúmplice. Mas depois a vida deu tantas voltas que acabei me aproximando mais da minha mãe, enfim. Família é como uma célula viva, sempre em mutação.
Beijocas e bom fim de semana

Lili Tormin disse...

To meio que rindo sozinha aqui, "aqui em casa" não da pra dizer que eu puxei esse ou aquele lado da família... Os enlaces genéticos não tem muita diferença, filha de primos de primeiro grau de uma família que tios avós de "ambos os lados" são casados. rsrs.

Um verdadeiro novelo genético, onde qualquer comparação seria comicamente patética!

Beijos
*Lili

Marcelo Novaes disse...

As equações pessoais incluem um número maior de variáveis.



Gostei do teu texto.






Beijos,







Marcelo.

Mahria disse...

...e ainda existe o seguinte comentário: "parece que o pai fez um e a mãe fez outro". Me pareço fisicamente com meu pai, mãos, dedos, cor, nariz e até o gosto por certas comidas. No entanto é minha mãe que eu admiro e me espelho.

Bjs
Mah